01 outubro 2004

A mania de ser "American"...

Os americanos têm mesmo a mania das grandezas, que são bons a tudo e em tudo, que têm os melhores carros, as melhores mulheres, a melhor música, os melhores músicos, os melhores economistas, os melhores bolsistas, a melhor polícia, o melhor sistema político, o melhor sistema económico, o melhor sistema de educação, as melhores universidades, as melhores escolas públicas, os melhores professores, os melhores alunos, as melhores forças militares, as melhores roupas, os melhores estilistas, os melhores modelos, os melhores pugilistas, os melhores espectáculos, as melhores empresas, os melhores meios de comunicação, as melhores vias de comunicação, os melhores filmes, as melhores obras de arte, os melhores diplomatas, as melhores cidades, os melhores serviços, os melhores transportes, os melhores apresentadores de televisão, os melhores canais de televisão, as melhores igrejas, as melhores marcas, a melhor tecnologia, a melhor merda, o melhor escarro, o melhor macaco do nariz, o melhor vómito a melhor caganeira, a melhor "esporradela", o melhor broche, o melhor "minete", a melhor "canzana" e vou parar por aqui porque, senão sou eu que entro no ridículo e não eles. Estes são melhores em tudo, portanto pode-se seduzir que os povos das outras nações são uma valente bosta, não é? Não! Errado! Eles só têm da mania, lembram-se? Pois se têm da mania é porque não o são na realidade...
Reparem que os gajos são tão narcisistas que fazem os "Worlds Finals" de Baseball em que os únicos países que entram são, precisamente, os E. U. A. e o Canadá! E chamam-lhes as "Finais Mundiais" de Baseball... Irónico não é? Pois então, fiquem a saber que este fenómeno acontece em muitas outras modalidades de origem norte-americana, em que eles são sempre, mas sempre, os campeões do mundo. Mas, nós "portugas" também somos "World Champions" no chinquilho, na malha, no "guelas" (berlinde, para os mais leigos no assunto), na sueca, no ramy, no dominó, no espeta, no pião e não me lembro de mais nenhum... Ah pois é! Essa é que é essa! Quem dera aos E. U. A. serem campeões do mundo nestas modalidades!
Para quem teve acordado até às 3.35h da manhã a ver o debate presidencial dos norte-americanos na CNN, como eu (e mais ninguém neste país, de certeza absoluta), reparou no exagero organizativo e protocolar que estes gajos empregam num evento do género. O evento teve lugar numa das 350.000.000 universidades dos E. U. A., mais precisamente no auditório da respectiva universidade e no palco estava, duas tribunas com um microfone cada uma e um jogo de três luzes cada uma. Cada jogo de luzes tinha uma verde, uma amarela e uma vermelha. No centro do palco, mas num patamar inferior, encontrava-se a secretária do jornalista da CBS qu e serviu de moderador. Em frente à secretária encontrava-se um jogo, igualmente de três luzes, e com as respectivas cores verde, amarela e vermelha. Assim, as duas tribunas encontravam-se a cerca de quarenta e cinco graus em relação ao eixo... caguem nisso, eu nunca fui muito bom a matemática nem a geometria e vocês já devem estar a ver a disposição da secretária e das tribunas em cima do palco, não estão? Ok! Baril!
É curioso que os jornalistas que são convidados para moderar os debates nos E. U. A., sejam os conteúdos dos debates de uma qualquer matéria, têm que ter pelo menos 1500 anos de carreira jornalística e não podem sofrer de nenhuma das doenças da 3.ª idade, tais como: Alzheimer, Parkinson, Febre Tifóide, Febre da Carraça (alguns jornalistas da zona de Ponte de Lima já foram convidados para moderar debates nos "States"), Cancro da "Próscapa", Cancro da Mama, entre outras. Dizem eles que tem de ser um jornalista já de alguma idade a moderar o debate, dado que transmite muito mais experiência, preserverança, segurança, isenção, moral, valores, tradição, rigor, objectividade, etc. Aqui estou de acordo, mas coloco a questão: e se o velhote a meio do debate "quina" p'ró lado? Hein? Ao que eles me respondem, com a maior das naturalidades: «Só se substitui se ele espumar da boca, porque pode ferir susceptibilidades (a espuma, claro). Se morrer isso é diferente. O debate pode ir p'ró galheiro mas dará uma grande notícia. Imagine só o que não é um cabeçalho dum jornal com letras gigantes com o seguinte título: "O mais velho (e melhor, porque é americano) jornalista do mundo, com 1524 anos, morre a meio do debate presidencial 2004"»
Enfim, o pormenor das luzes fica para amanhã (ou mais tarde ainda), ok?
(Vejam lá as horas do post, hum?)
Tenho dito (por agora)! Fui!

Branco (a.k.a. Jefferson Fitipaldi)