05 maio 2016

Trabalhar por turnos

Trabalhar por turnos não é pêra doce. Eu trabalho por turnos e, sinceramente, não gosto. Comecei a trabalhar por turnos em 2013. Nunca me habituei e considero que nunca me irei habituar. Trabalho uma semana no turno da noite, das 17.30h às 05.30h e trabalho uma semana no turno de dia, das 05.30h às 17.30h. Ontem fiz a mudança de turno. Hoje estou todo rôto. É por isso mesmo que eu não gosto de trabalhar por turnos. Fico extremamente cansado. Neste momento estou a escrever esta mensagem e estou a evitar, a todo o custo, que a minha baba caia no teclado do meu precioso computador. Não só porque não quero que o computador fique estragado mas, também, porque não quero ser electrocutado.
Tenho, por tudo o que atrás foi exposto, uma profunda admiração pelas pessoas que trabalham por turnos. Quero dar-lhes o devido valor. Mais ainda para aqueles que passam uma vida inteira a trabalhar no turno da noite. Cuja convivência com os demais familiares e amigos limita-se aos fins das manhãs e aos inícios das tardes. Esses prescindem de muitas coisas na vida para poder ganhar o pão.
Um dos principais problemas que encontro ao trabalhar por turnos é a habituação do meu organismo ao novo horário. Por exemplo, ontem deitei-me às 18.30h e acordei às 00.30h do dia seguinte. Dormi, por isso, 6 horas. E quem me tira 8 horas de sono, tira-me tudo. As 8 horas de sono é como a receita ideal para eu estar bem-disposto, activo e feliz. Basta meia-horita tirada às 8 horas do meu precioso sono, que nota-se logo a diferença na minha boa-disposição e na maneira como interajo com as pessoas e, claro, na minha performance laboral.
Por fim, não podia deixar de referir o quão difícil é, sobretudo para as pessoas que nunca trabalharam por turnos, compreender que não estamos sempre disponíveis para as diversas solicitações que nos são apresentadas. Isto é, sempre que alguém se lembra de me fazer uma pergunta ou de meter conversa comigo no chat do Facebook, por exemplo, na grande maioria das vezes esquece-se que eu estou a trabalhar por turnos. Eu tenho consciência que isto possa parecer um desabafo dum "bicho do mato", que não quer falar com ninguém ou que não deseja ser incomodado. Mas aquilo que aqui refiro, relativamente a esta situação, prende-se com uma questão de princípios. Sou apologista do ditado popular:

"Não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti"

Não posso afirmar que não tenha feito o mesmo a outras pessoas, no entanto, se o fiz, garanto que foi inadvertidamente. E, claro, por tudo isso e muito mais, peço as minhas mais sinceras desculpas a essas pessoas e prometo que não o voltarei a repetir.