18 fevereiro 2005

Anúncios publicitários na televisão (parte 2)

Os meus caros leitores lembram-se de um anúncio de televisão (e de rádio) que fazia referência a uma companhia de seguros? Um daqueles bem ridículos? Eu sei, a maior parte dos anúncios de companhias de seguros são ridículos, mas este era o extremo dos extremos da parvoíce publicitária que nos aparece diante de nós, quando estamos sentadinhos nos nossos confortáveis sofás em nossa casa a ver televisão. Enfim, vou deixar de colocar questões para saber se algum de vós sabe qual é o anúncio publicitário a que me refiro e vou passar a descrevê-lo, tal como se tratasse do próprio guião do anúncio:
Num qualquer parque de estacionamento do nosso país, está um condutor a observar a sua viatura automóvel que sofreu um pequeno sinistro na parte traseira, do lado esquerdo, mais precisamente, no farol traseiro (partido), quando se acerca deste um amigo. E diz o amigo:
- Então? Bates-te?
Responde o condutor:
- Não! Bateram-me!
E diz o amigo:
- Azar!
Retorque o condutor:
- Azar? Azar? Azar é a companhia do outro não querer pagar o arranjo!
E torna o amigo:
- Azar!
Riposta o condutor:
- E agora não consigo entender-me com a minha companhia de seguros!
Volta a frisar o amigo:
- Azar!
Remata o condutor a conversa:
- Não sei o que fazer...

Depois há o "blá, blá, blá" do costume em que se faz referência à eficácia da companhia de seguros "X" na resolução de problemas deste género (e outros), deitando sempre abaixo a concorrência com os argumentos mais absurdos que nem merecem menção neste texto... Enfim, aldrabices, et caetera, et caetera...

Fim de anúncio


Depois de analisarmos bem o conteúdo e o contexto deste anúncio, e para quem ainda não teve acidentes de automóveis, convém salientar os seguintes aspectos:

1 - Jamais, em tempo algum, um gajo está com disposição para falar, seja com quem for.Portanto, à partida, esta conversa era completamente impossível;

2 - Depois, caso houvesse conversa, obviamente que iriam surgir palavrões, tais como: F*da-se! / Vai para a p*ta que te pariu! / Ai o C*ralho! / Cala-te c*na da mana (variante alentejana de c*na da mãe)! / Queres levar um pontapá nos c*lhões? /Filho da p*ta! / et caetera...;

3 - Para os mais irritadiços, esses palavrões seriam acompanhados de valentes pontapés no sítio onde a viatura tivesse sido danificada ou zonas adjacentes;

4 - Continuando na linha dos irritadiços, estes seriam incapazes de perdoar um amigo que estivesse constantemente a dizer-lhe, como palavra de apoio ou solidariedade para com a situação - "AZAR!" - fosse com a intenção anterior ou com a intenção de ironizar a situação (ou fazer pouco dela...). Este "amigo" tinha levado logo um murro nos cornos e já utilizaria outro tipo de vocabulário, mais cuidado e (quiçá) coloquial! De certeza!

5 - Entrando no campo da suposição, poderíamos sugerir algumas respostas ao "AZAR!" dito pelo amigo. Sendo assim:

a) 1.º "AZAR!" - «Azar? Azar? Azar foi tu teres saído da c*na da tua mãe vivo! Esse é que foi o azar!»;

b) 2.º "AZAR!" - «Ai o c*ralho! Cala-te com o "Azar!" c*ralho! F*da-se que está chato! Vai f*der os cornos à p*ta que te pariu! C*na da mana!»;

c) 3.º "AZAR!" - «É agora, filho da p*ta... é agora que eu te vou f*der a tromba toda!!! Anda cá c*ralho! Anda cá p*neleiro! Vou-te dar um pontapé tão grande nesses c*lhões que depois vou querer ouvir-te a dizer "Azar!" outra vez, meu grande c*brão! F*da-se!»

Tenho dito! Fui!

Branco (a.k.a. Jefferson Fitipaldi)

Post Scriptum: Peço desculpa aos meus leitores pela quantidade de palavrões que fiz referência ao longo de todo o texto mas esta era a minha revolta contra estes anúncios sem nexo nenhum, feitos à pressão e sem imaginação ou originalidade algumas...
Quero também apelar à utilização de expressões do latim que aprendi há, relativamente, pouco tempo, tais como: et caetera (etc - para os mais leigos) e Post Scriptum (P. S. - para os, ainda, mais leigos)! Obrigado por repararem nestas "piquenas" curiosidades!
Tenho dito (pela segunda vez)! Fui (igualmente, pela segunda vez)!