25 maio 2004

Hoje são empresas! E amanhã o que serão?

É impressionante a maneira como este governo (e o anterior também) consegue privatizar tantas empresas que, outrora, pertenciam ao Estado Português. Há empresas em que, sim senhor, faz sentido privatizá-las mas, há outras em que me fazem uma grande confusão a sua privatização. Ou, pior ainda, organismos de carácter público, que nunca foram empresas, tornarem-se empresas. Nomeadamente, os hospitais. Caros amigos, como é que os hospitais podem ser encarados, doravante, como empresas? Eu nem vou referir o conceito básico de empresa porque, para mim, basta referir a forma como um hospital/empresa poderá publicitar os serviços que presta. Como é que um hospital consegue fazer isto?Respondendo à pergunta que vos/me coloquei, não faço a mínima ideia de como será possível, mas “lanço para o ar” alguns slogans possíveis: “Hospital Garcia de Horta, onde você é uma pessoa doente e é tratada como se fosse uma pessoa morta” (Slogan que transmite a forma de como o tratamento é dado aos doentes), ou “Hospital de São José, o hospital onde, por doer-lhe a cabeça, lhe cortam o pé” (Slogan que tenta transmitir a precisão e especificidade dos diagnósticos realizados no próprio hospital), ou “Hospital Amadora-Sintra, o hospital que trata do doutor ao pelintra” (Slogan que transmite a ideia de inclusão social), ou até mesmo, “Hospital de São João, o hospital onde se entra de cadeira de rodas e se sai de caixão” (Slogan que transmite a ideia de existência de boa comunicação entre serviços do mesmo hospital, nomeadamente, o serviço de urgências e a morgue). Enfim, dava para estar aqui a fazer rimas fáceis até às três da manhã, o que não me está a apetecer muito (dado que são doze horas e trinta minutos, no preciso momento em que escrevo estas palavras)…Em termos de conclusão, quero apenas deixar bem claro o seguinte: Não vamos inventar: um hospital é um hospital, nem mais, nem menos que isso!
Tenho dito! Fui!

Branco (a.k.a. Jefferson Fitipaldi)