08 agosto 2005

TelePornoMóvel

Caros amigos, o que me traz a este espaço, interrompendo as minhas queridas férias é o seguinte:
Há mais telemóveis em Portugal do que portugueses.
Ora, se nós somos 10 milhões de "cidadões & cidadonas" neste país à beira-mar plantado e já existem mais de 11 milhões de telemóveis activos nas diferentes operadoras móveis nacionais quer dizer que algo se passa. E isto tudo deve-se, fundamentalmente, ao status.
O status definia-se, em tempos remotos (mais precisamente, quando surgiu o telemóvel), pela única e simples posse de tal aparelho de comunicação: «Ah! Aquele gajo do telemóvel? Pois... esse gajo deve estar cheio de "bagalho"... Malta importante, e tal...».
Depois, surgiram os telemóveis que tinham câmara fotográfica: «Chi!!! Olha lá o telemóvel daquele. Tira fotografias e tudo... Aquilo deve ter sido caro... Não é qualquer um que o compra...».
Por fim, os telemóveis de 3.ª Geração, que permitem realizar vídeo-chamadas e que, hoje em dia, são na sua maioria extremamente caros: «Olha lá aquela, a falar ao telemóvel e a ver o bacano lá do outro lado - espectáculo!!! Só alguns é que têm acesso aquilo...».
Conclui-se, então, que os telemóveis são elementos definidores do status de quem os possui, mas isso não é tudo. Voltando um pouco atrás, e fazendo a média aritemética correcta: 10 milhões de "cidadões & cidadonas" para mais de11 milhões de telemóveis activos nas operadoras móveis nacionais, o reultado ronda 1,* telemóveis por cidadão. Correcto? O que na prática se traduz que 1 milhão de portugueses (homens ou mulheres) tem dois telemóveis na sua posse. Eis, então, um novo elemento de definição do status. Quanto maior for o número de telemóveis, melhor status se tem entre os demais "cidadões".
Mas persiste uma pergunta: O que estará para vir como novo elemento definidor do status?
Não sei, mas só falta mesmo é relacionar os telemóveis com o sexo! Qualquer dia veremos um homem com um telemóvel em forma de vulva e, estranhamente, a lambê-lo enquanto fala com a sua esposa. E os outros dirão: «Ena! Aquele gajo tem um telemóvel dos novos! É em forma de xarola! Tem um telemóvel que dá para lamber enquanto fala com a mulher..."
Estes serão provavelmente os comentários quando já não houver mais nada para inventar na indústria da comunicação móvel, para além de referências iconográficas sexuais...